Vozes e
Sensações
Aqui
da janela dos meus olhos,
Há
vida à vista:
Em
cada gota de água sombreada de aurora e ternura,
Desfilam
lágrimas com chuva à mistura,
Corrente
que alinha o musgo e o liquen mais atrás,
Solta
leves reflexos de brilhos prateados em lilás.
Água
de lustro, que na areia cristalina transparece,
Toda
a paisagem que uma cascata enobrece.
Ora
inibe, ora impele, acalma e aplana,
Numa
breve pose moderadamente humana…!
Aqui
do átrio dos meus ouvidos,
Há
vida à escuta:
Enevoada,
germinante e decadente,
É
cada folha que luta por luz solar,
Recua
e avança, suave e reluzente,
Buscando
espaços para habitar.
Da
cor do horizonte no Sol poente,
É
o bailado agreste de qualquer árvore,
Compondo
música, com o talento que sente,
Chamando
a noite, enquanto o dia desfalece…!
São
vozes e sensações:
Que
tentam entrar,
Logo
irão sair…
Porque
não as posso guardar,
Tenho
de as deixar ir…
Não
se importam nem se estorvam,
Mas
não são uma tela, paleta ou canção.
Apenas
flúem e flutuam,
Nesta
fronteira entre a mente e o coração…!
(
Depois fecha-se a janela e o átrio, que ensonados contam seus sonhos um ao outro.
E perguntam: - Será
que a Natureza é eterna? Ou…n…zzz )
OBSERVAÇÃO:
dedicado a todos os invisuais e surdos que
expressam sensações, mesmo sem as ver ou ouvir.
E também a todos os visuais e ouvintes, que às
vezes, parecem viver sem sentir…
Poema da autoria de José Teixeira
(Professor de Educação Especial- Agrupamento Gil Paes)
(Professor de Educação Especial- Agrupamento Gil Paes)
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