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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

PARALISIA CEREBRAL

“Não há, não,
duas folhas iguais em toda a criação.
Ou nervura a menos, ou célula a mais,
não há, de certeza, duas folhas iguais”
António Gedeão
PARALISIA CEREBRAL

Definição

A paralisia cerebral é um termo que designa um grupo de desordens não progressivas, que ocorrem nas crianças, cujas dificuldades motoras se devem a uma lesão no sistema nervoso central.
França (2000)


Causas

          “falta de oxigénio antes, durante ou após o nascimento;
          hemorragia no cérebro;
          intoxicação ou envenenamento por álcool ou drogas usadas pela mãe durante a gravidez;
          trauma cefálico resultante do parto, de uma queda, de um acidente de viação ou outro;
          distúrbios metabólicos (por exemplo, icterícia grave, baixos níveis de glicose);
          infeções do sistema nervoso, como a encefalite ou a meningite”.
Gersh (2007, p.22)

De entre as várias características, Ferreira et al. (1999) referem três mais gerais. Assim, temos:
·           a incapacidade motora – a reduzida mobilidade e as dificuldades de manipulação não permitem construir um pensamento organizado e um adequado desenvolvimento cognitivo;
·           a incapacidade de produzir fala articulada compreensível – constitui um obstáculo ao ensino e à comunicação com o meio que rodeiam os alunos com esta problemática;
·           a presença de défices sensoriais e percetivos – afetam consideravelmente a apreensão da realidade.


Esta deficiência afeta a atividade e participação de forma complexa: ao nível da mobilidade, da realização motora das tarefas, da aprendizagem, do relacionamento e comunicação com os outros e, por outro lado, ao nível da sua autoimagem e autoestima.

Em idade escolar, a criança com Paralisia Cerebral deve ser apoiada por um professor de Educação Especial cuja função é desenvolver competências sociais e cognitivas. Ele deverá ainda descobrir o tipo de aprendizagem subjacente às capacidades do aluno, por forma a potencializar na criança as aprendizagens das interações com as pessoas e os objetos. É também da competência do professor de Educação Especial o ensino de formas de comunicação, de maneira a que a criança consiga comunicar as suas necessidades.
Relativamente ao Decreto-Lei que regulamenta a Educação Especial, Decreto-Lei nº3/2008, de 7 de janeiro, é referido que os apoios especializados podem abranger adaptações de conteúdos e estratégias, mas também a utilização de tecnologias de apoio.
Considera-se que as novas tecnologias são fundamentais na aprendizagem e recuperação de alunos com necessidades educativas especiais, uma vez que facilitam a aquisição de competências que as crianças não conseguiriam adquirir sem as ajudas tecnológicas.



COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA – COMUNICAR COM SÍMBOLOS

A Comunicação Alternativa e Aumentativa é, por conseguinte, todo o tipo de comunicação que aumente ou auxilie a fala.

De acordo com Costa e Correia (2009), o software educativo “Comunicar com Símbolos” é um processador de texto e símbolos baseado nos símbolos da Widgit, tendo sido traduzido e adaptado para a língua portuguesa. Este software inclui mais de 10000 símbolos para a literacia da Widgit, podendo ser aplicáveis a cor ou a preto e branco, e uma biblioteca organizada por temas com mais de 1500 imagens e fotografias. 

Imagem 1 – Página inicial do software educativo

Este software pode ser utilizado pelos alunos com recurso ao teclado, ou pelo docente, por forma a motivar a aquisição e consolidação do mecanismo da leitura e da escrita. O educador ou professor tem a possibilidade de produzir materiais de suporte pedagógico diversificados e motivadores para os alunos com dificuldades de aprendizagem, podendo recorrer a diferentes níveis de interface: do mais fácil ao mais complexo. Estes interfaces são personalizáveis e adaptáveis às diversas situações,

Imagem 2 – Tipos de interface; Formas de utilização do software

Imagem 3 – Principal funcionalidade: simbolização inteligente

Ao escrever o texto, surgem automaticamente os símbolos correspondentes ao seu significado. É, pois, utilizada uma tecnologia inteligente que analisa a gramática da frase, selecionando, de imediato e corretamente, o símbolo que corresponde a essa frase ou expressão. Simultaneamente, o programa dá a possibilidade de ouvir o que se escreve e de utilizar o corretor ortográfico.


Imagem 3 – Atividade: descrição física do Ricardo

Imagem 4 – Atividade de introdução à sessão

Imagem 5 – Os frutos e legumes por estações do ano (outono)


Imagem 6 – Resposta à pergunta “Como te sentes hoje?”

A escola inclusiva, centrada na sala de aula como um todo, promove a diversidade dos alunos e os ritmos e perfis de aprendizagem são respeitados e tidos em conta na planificação e gestão do processo de ensino e de aprendizagem. Cabe aos docentes experimentar e adequar estratégias de intervenção e acreditar no potencial dos seus alunos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORREIA, P. & PINTO, T. (2009). Comunicar com Símbolos – Manual de Utilização. Cnotinfor

FERREIRA, M. C. T. R.; PONTE, M. M. N. & AZEVEDO, L. M. F. (1999). Inovação Curricular na Implementação de Meios Alternativos de Comunicação em Crianças com Deficiência Neuromotora Grave. Lisboa: Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração de Pessoas com Deficiência.

FRANÇA, R. A. (2000). A Dinâmica da Relação na Fratria da Criança com Paralisia Cerebral. Coimbra: Quarteto Editora.

GERSH, E. (2007). O que é paralisia cerebral? In E. GERALIS (org.). Crianças com Paralisia Cerebral. Um guia para pais e educadores (pp 15-34). Porto Alegre: Artmed.


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