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sábado, 26 de maio de 2012

Pode a Educação Especial deixar de ser especial?


Pode a Educação Especial deixar de ser especial?


João A. Lopes, da Universidade do Minho e James Kauffman, da Universidade da Virgínia, no livro - Pode a Educação Especial deixar de ser especial? tratam,  à luz dos saberes actuais,  a questão da educação especial e explicam em pormenor muitos dos erros em que os sistemas de ensino têm incorrido.

O prefácio escrito por João A. Lopes explica o espírito da obra:
"Este livro tem como objectivo apresentar uma perspectiva da educação especial que, no entender dos seus autores, veicula a melhor evidência científica disponível relativamente aos assuntos que nele são abordados (…).

Os movimentos científicos não conhecem fronteiras e, por isso (…) é possível constatar que as questões fundamentais com que se debate a educação especial em Portugal e nos Estados Unidos são perfeitamente miméticas. Digamos que o sistema português constitui uma cópia tardia do sistema americano, não tendo infelizmente aprendido com os erros deste último (…)
A educação especial é possivelmente um dos sectores em que é mais fácil vender ilusões, avançar com soluções milagrosas e invocar falsos sucessos (…).

O ponto é que, na educação especial estratégias sem suporte científico, como a inclusão de alunos deficientes em salas de aula regulares ou conceitos sem validade diagnóstica ou categorial como as denominadas «necessidades educativas especiais» são tomadas como verdades inequívocas ou dogmas, pelo que se dispensa qualquer investigação ou sequer discussão a seu respeito.

Este livro pretende marcar uma posição de defesa dos métodos da ciência, na educação em geral e na educação especial em particular, discutindo o que tem que ser discutido e rejeitando liminarmente postulados de fé ou de autoridade. (…)
Em suma, o livro questiona de forma descomplexada alguns conceitos e práticas, nomeadamente o conceito de necessidades educativas especiais e a inclusão educativa, que em múltiplas situações nada mais significa do que atirar alunos com deficiências para salas de aulas regulares, onde, como todos sabemos, não há condições para lhes fornecer apoio ou ensino.
A propósito percorremos o capítulo V “ Inclusão de alunos deficientes em salas de aulas regulares” e evidenciamos alguns questionamentos daí decorrentes.
O termo inclusão estará suficientemente estabilizado e claro? Ou como refere Kauffman (2005) existem muitas indefinições de inclusão, persistindo uma grande confusão acerca do termo e do seu significado? Até que ponto os alunos com NEE deveram estar integrados em classes regulares? Que contextos educacionais são os mais adequados? Será que os resultados obtidos pelos alunos com NEE são consequências da permanência em salas de aulas regulares ou em salas de ensino especial?
A presença dos alunos com NEEs nas classes regulares são uma realidade. Assim, consideramos necessário que os Educadores lhes forneçam apoio adequado sendo para isso necessário que exista tempo para planeamento, que exista uma utilização adequada dos auxiliares de educação, que os apoios em terapias sejam eficazes e, sobretudo, que se observe uma redução dos tamanhos das turmas para que a inclusão signifique “ estar envolvido num projeto comum de aprendizagem, mais do que estar sob o mesmo teto” (Warnock, 2005:36).


Referência: Kauffman, J. & Lopes, J. A. (2007). Pode a Educação Especial deixar de ser especial? Braga: Psiquilíbrios.
Kauffman, J. (2005). Characteristics of emotional and behavioral disorders of children and youth. Upper Saddle River, NJ: Merrill/Prentice-Hall.
Warnock, M. (2005). Special educational needs: A new look. Impact No.11. London: Philosophy of Education Society of Great Britain.


Posted by Maria da Luz e Rui Mendes

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